O delicioso sabor
A vida é feita de projetos, entusiasmo, algo
que sempre nos motiva ao encantamento de nossa existência.
Ana acordava todos os dias muito cedo, tomava
seu modesto café: pão francês, mortadela e queijo do verdadeiro, como
confirmava – “Este é delicioso! é feito por meu estimado amigo cozinheiro
Francisco”. Depois corria ao ponto de ônibus com sua bolsa azul, sua cor favorita,
traduzia alegria, sabedoria e confiança.
Ao encontrar os amigos de manhã jorrava
alegria divina, o céu abria de flores e perfume suave, não que sua vida fosse
fácil, entretanto encontrava muitas e muitas razões para ser feliz. E lá ia
nossa amada doceira à fábrica SUGAR fabricar os mais deliciosos doces.
Excelente doceira destacava-se no trabalho
por ser criativa, ousada e inovadora. Possuía paladar apurado, sabia se
comunicar bem, além de ser caprichosa e paciente. Amava sua profissão! Tralhava
de segunda a sábado e às vezes aos domingos fazia doces para parentes e amigos.
Ficava muito feliz em poder adoçar a vida das pessoas!
Certo dia perdeu a hora, estava um pouco
agitada, teve horríveis pesadelos, mas conseguiu pegar o ônibus e seguir sua
rotina. Dentro do ônibus pegou no sono, a estrada estava calma, quando de
repente escuta gente gritando, barulhos fortes. Ao levantar a cabeça percebe
que algo bateu fortemente em seu rosto e de repente sentiu uma dor inexorável
em seu olho direito, colocou a mão e notou que estava sangrando. Nossa que dor!!!
Um pedaço de vidro bateu e furou seu olho quando o ônibus se chocou com um
caminhão que carregava madeira.
Começou o tumulto, alguns passageiros
machucaram-se, nossa doceira não conseguiu observar claramente, pois percebeu
que não estava enxergando bem. Seu rosto começou inchar, agora não tinha só um
olho roxo e machucado, mas sim todo o seu ser. Assim compreendeu os fatos,
começou a ajudar as pessoas, ligar e pedir por socorro...
Nossa entusiasmada personagem foi levada ao
HR de Presidente Prudente, suas filhas saíram da pequena cidade loucas, andavam
a cento e sessenta quilômetros por hora, para descobrirem o que realmente tinha
acontecido com quem só adoçava a vida das pessoas.
Ao chegar em Prudente, logo enxergaram o que
tinha ocorrido e que o caso era grave. Ficaram muito apavoradas e começaram a
lutar para que sua mãe fosse logo internada, porém somente às 13:00 horas que
nossa amada e gentil Ana pode aliviar a dor que corroía seu ser. Não reclamava,
entretanto posso descrever que sentia dois bois dos grandes dentro do seu olho,
o sangue que escorria eram lágrimas gritando
socorro. Ficou internada três dias e voltou para casa cheia de esperança,
queria novamente sentir o doce de seu olho direito, mas para sua surpresa saiu
o resultado, o nervo óptico tinha se rompido e infelizmente não enxergaria
mais. A família ficou triste, mas Ana não.
(Moretti)
Quando recebia visitas todos dizem a mesma
coisa “Nossa como seu olho está feio! Quando será que vai voltar ao normal?” Nossa graciosa Ana começou contar lindas
histórias para adoçar e despertar o encanto sabor da vida.
Agora contava histórias que inventava na
hora, outras que tinha aprendido na escola ou escutado na TV, sua linguagem
simbólica tocava o coração das pessoas, tinha repertório para todos os gostos,
sabia cativar crianças e adultos.
Passaram-se seis meses e Ana foi afastada
definitivamente da fábrica, assim toda segunda-feira à tarde ia contar
histórias no Lar do Ancião, já na quarta-feira literava na Casa da Criança. Na
quinta e sexta fazia doces de leite, cocada e rapadura, com o lucro ajudava as
pessoas necessitadas de sua comunidade. A partir de sua ação começaram doações
de açúcar, leite, gás e coco, tudo contribuia para o doce encanto de seus
projetos – adoçar a vida…
Parabéns! Texto Dibino
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